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Em meio à crise de popularidade e pressão do Centrão, Lula diz que 'sabe quem é amigo de verdade'


Presidente deu a declaração em evento com assentados, em Minas Gerais. Na ocasião, ele afirmou que sabe quem esteve ao lado dele enquanto ele estava fora do governo, e quem se aproxima 'por ocasião'. Lula cumpre agenda em Rio Grande (RS)

Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (7) que sabe quem são seus verdadeiros aliados, e quem são os "amigos de ocasião".

Lula deu a declaração em um evento com assentados da reforma agrária, em Minas Gerais. A fala do presidente ocorre em meio à uma crise de popularidade do governo, e a pressão do Centrão por mais cargos na Esplanada.

No início de fevereiro, Lula deu início a uma reforma ministerial em etapas para fortalecer a posição do governo Lula em duas áreas críticas: a relação com o Congresso e a recuperação da popularidade junto ao eleitorado.

Lula deve tentar dar um perfil mais político aos seus ministérios. Ele vem cobrando que os ministros defendam os feitos do governo, e deve tentar também abraçar indicações do Centrão (bloco informal na Câmara dos Deputados que reúne parlamentares de legendas de centro e centro-direita).

Nesta sexta, Lula afirmou a um público de assentados, que tradicionalmente o apoiam, que deve sua eleição ao povo trabalhador, e não a empresários, banqueiros ou aristocratas.

"Todo mundo sabe que eu tenho lado. Todo mundo sabe que quando eu terminar o meu mandato eu vou voltar pra minha casa, não vou para Paris, Londres, para os Estados Unidos. E quem são os meus amigos depois que eu deixar a Presidência? São vocês. Que foram para a vigília gritar bom dia, boa tarde, boa noite Lula", disse.

"Eu nunca esqueço quem são meus amigos. Eu trato todo mundo com respeito, mas eu sei quem é amigo de verdade, e sei quem é amigo ocasional. Aquele que quer tirar proveito por eu ser presidente da República. Não pensem que me enganam, eu sei de que lado eu estou", seguiu.

Lula escolhe Gleisi Hoffmann para a articulação política do governo

O episódio mais recente dessa sinalização foi a nomeação da senadora Gleisi Hoffmann para o Ministério das Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação entre o governo e o Congresso. Ela assume o cargo deixado por Alexandre Padilha, que passará a chefiar a Saúde.

O presidente foi aconselhado por aliados a escolher um nome de partidos do Centrão para fazer a relação com o Congresso, porém não acatou a sugestão e manteve a pasta com o PT.

Com Gleisi, Lula coloca no governo um nome com posições mais à esquerda e crítico da agenda do mercado financeiro.

Críticas da base

A gestão de Lula tem sido alvo de críticas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que está insatisfeito com o andamento das ações de reforma agrária.

O presidente comentou o crescimento do PIB em 3,4% em 2024 e reforçou a crença de que "vai crescer mais" em 2025, assim como salário mínimo, distribuição de renda, regularização de terras para indígenas, quilombolas e assentados.

"Esse ano não tem explicação, não tem choradeira, nós temos que entregar as coisas que nós prometemos durante a campanha", afirmou Lula.

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