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Em SP, Lula troca afagos com Tarcísio: 'Tem gente do lado dele que não gosta de vê-lo ao meu lado'


Lula está em Santos para lançamento de obras de mobilidade. Ele celebrou parceria com governo do estado, liderado por Tarcísio de Freitas, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em SP, Lula e Tarcísio trocam elogios

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou a parceria com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante visita a São Paulo, nesta quinta-feira (27).

Tarcísio e Lula estão em espectros opostos da política. O governador de São Paulo é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi ministro do governo anterior e lançado por ele como candidato ao governo paulista.

O político da direita também tem sido cotado para disputar a Presidência em 2026, em razão da inelegibilidade de Bolsonaro.

"Tarcísio você está fazendo história nestas parcerias que estamos construindo. Você pode ficar certo que o povo compreende o que está acontecendo. Tem gente do lado do Tarcísio que não gosta de vê-lo do meu lado e tem gente do meu lado que não gosta de me ver do teu lado", disse o presidente.

Lula e Tarcísio em evento em SP

Reprodução

A fala do petista ocorreu durante evento em Santos (SP), sobre o lançamento de obras de mobilidade urbana do estado.

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Durante o evento, Lula voltou a defender que pretende manter relações políticas com governadores e prefeitos, seja qual for o lado político.

"Eu jamais vou perseguir alguém porque votou contra mim, jamais, jamais vou deixar de emprestar dinheiro para um prefeito, jamais vou deixar de ter uma relação com o governador. Não foi pra isso que eu quis ser presidente outra vez. Eu quis ser presidente mais uma vez para provar que é possível de forma civilizada resolver o problema desse país", frisou o petista.

Ele também afirmou que manterá a parceria com o governo paulista e brincou ao falar que não estava pedindo Tarcísio em casamento.

"Eu não estou propondo casamento para ele nem ele está propondo para mim. O que nós estamos propondo é um jeito de trabalharmos juntos, e eu faço isso com 27 governadores de estado", disse.

Lula chama evento com Tarcísio de "ato civilizatório"

O presidente afirmou ainda que, se depender dele, os encontros serão recorrentes.

"Tarcísio não se preocupe, que vai ter muita foto eu e você junto, o que é mais grave para nosso adversário, que é a gente estar rindo na foto. Pode até ter enfarto na história".

Tarcísio também teceu elogios a Lula, e agradeceu o presidente e as equipes do governo.

"Desde o início a gente [Tarcísio e Lula] teve as conversas sobre o túnel. O senhor colocou isso tudo com prioridade".

O governador ainda citou uma frase que ouviu do presidente:

"Não tá na hora de ter disputa política, nós temos que atender o cidadão. E é o que nós estamos fazendo no dia de hoje aqui, atendendo o cidadão".

Em outro momento, Tarcísio afirmou que é o momento de deixar as diferenças de lado.

"O dia de hoje de fato é um dia de celebrar, é o dia da vitória do investimento, é o dia da vitória do entendimento. É o dia que a gente mostra e dá um exemplo de que é possível sentar na mesa, que é possível construir. Diferenças têm que ser deixadas de lado para que a gente chegue num consenso, pra que a gente possa atender a população. É o dia de pensar no futuro", completou.

Segurança pública

O presidente também aproveitou a ocasião para, mais uma vez, defender a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que amplia as atribuições do governo federal na área de segurança.

Discutido há quase um ano, o projeto ainda não foi enviado ao Congresso Nacional.

Lula destacou que o Ministério da Justiça decidiu incluir as guardas civis no texto da PEC. A proposta vai delinear as funções que cabem às novas forças para impedir sobreposição com as polícias civil e militar.

"Não adianta ficar falando que questão da segurança é responsabilidade do estado. Segurança interessa ao prefeito e nós vamos colocar na PEC o direito das prefeituras terem sua guarda municipal. Interessa ao governo federal sem que a gente se meta no papel constitucional do governador", declarou Lula.

A mudança no texto busca o apoio de prefeitos, que poderiam auxiliar no convencimento de deputados e senadores, responsáveis por votar a proposta. Governadores, sobretudo de oposição, são críticos da PEC da Segurança.

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