FONTE: https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2024/01/6794470-moraes-autoriza-buscas-em-hoteis-e-moteis-frequentados-por-carlos.html



Filho "02" do ex-presidente Jair Bolsonaro, o vereador é acusado de atuar junto à Abin para ter acesso a informações sigilosas de inquéritos que corriam na PF


A Polícia Federal solicitou acesso e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou buscas em hotéis e motéis frequentados pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho "02" do ex-presidente Jair Bolsonaro. O magistrado também determinou busca pessoal em veículos, armários e eventuais portas falsas para enganar as autoridades.

De acordo com a Polícia Federal, uma conversa identificada no WhatsApp entre a ex-assessora de Carlos, Luciana Almeida, e o deputado federal Alexandre Ramagem — representado pela assessora Priscilla Silva, na época em que ele era chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) —, mostra que o vereador usava interlocutores para ter acesso a investigações sigilosas da corporação.

Na mensagem, Luciana pede ajuda para obter informações sobre um inquérito que corria na superintendência da corporação, no Rio de Janeiro, o qual se suspeitava que os alvos eram Jair Bolsonaro e seus três filhos.

"Diante de todo o exposto, nos termos do art. 21 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, defiro os pedidos e determino a busca e apreensão domiciliar (residencial e profissional) e pessoal de documentos, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos, bem como de quaisquer outros materiais relacionados aos fatos, inclusive, para que, caso não se encontre no local da realização da busca, proceda-se à apreensão de objetos e dispositivos eletrônicos de que tenha a posse, bem como a busca em quartos de hotéis, motéis e outras hospedagens temporárias onde o investigado tenha se instalado, caso esteja ausente de sua residência", escreveu Moraes.

As diligências desta segunda-feira miram o núcleo político da organização criminosa que se instalou na Abin. O foco são os destinatários de informações coletadas ilegalmente de 1,8 mil pessoas, entre elas deputados, jornalistas, advogados e ministros do Supremo. Nove mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, atendendo pedido da PF.