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Após divulgar adiamento, comissão do Congresso diz que data de votação do Orçamento 2025 está mantida


Comissão Mista de Orçamento havia informado que análise da proposta orçamentária teria sido transferida de 19 de março para 4 de abril em razão de pendências no relatório e viagem de Motta e Alcolumbre para o Japão. Horas depois, informação foi corrigida pelo colegiado. Senador Davi Alcolumbre cumprimenta o deputado Hugo Motta

TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso informou neste sábado (15) que está mantida para a próxima semana a análise da proposta de Orçamento para 2025.

Segundo o colegiado, o relatório será analisado na CMO na próxima terça-feira (18) e, no plenário do Congresso, na quarta (19).

A informação foi retificada pelo órgão depois de a própria CMO ter comunicado que a data de análise do relatório do senador Angelo Coronel (PSD-BA) havia sido transferida, por ordem da presidência da Câmara, para o mês de abril.

Segundo a CMO, o adiamento ocorreria em razão de pendências no relatório do senador Angelo Coronel (PSD-BA) e de uma viagem internacional dos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Os dois acompanharão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em visita oficial ao Japão, de 24 a 27 de março.

(ATUALIZAÇÃO: Inicialmente, a Comissão Mista de Orçamento do Congresso informou que a data de análise da proposta orçamentária de 2025 havia sido adiada para abril. Posteriormente, a própria comissão corrigiu a informação, dizendo que o cronograma de votação estava mantido, com apreciação do projeto na próxima semana. A informação foi atualizada às 13h05 deste sábado).

Atraso

Miriam Leitão: Atraso no Orçamento ajuda a frear gastos

O Orçamento deveria ter sido votado no fim do ano passado, mas um embate entre Legislativo e Judiciário envolvendo a liberação de emendas parlamentares travou a análise do texto.

Líderes ouvidos pelo g1 afirmam que, além da indefinição sobre as presidências das comissões temáticas, o governo está com dificuldade em apresentar cortes para fazer frente às despesas previstas no Orçamento.

Um dos pontos diz respeito às emendas parlamentares. O acordo fechado com o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a transparência na indicação e execução das verbas destravou recursos antes bloqueados e que agora podem ser usados e devem estar previstos no Orçamento de 2025.

Outra queixa é que o governo ainda precisa apontar a fonte de despesas obrigatórias com a previdência e ainda não demonstrou onde vai cortar para preencher esses gastos.

Corte no Bolsa Família

O governo enviou nesta semana ao Congresso um ofício que prevê um corte de R$ 7,7 bilhões no Bolsa Família no Orçamento de 2025.

Os ajustes são necessários antes da votação do projeto para viabilizar a execução de alguns programas do governo, como o Auxílio-Gás.

O documento, elaborado pelo Ministério do Planejamento, prevê um acréscimo de R$ 3 bilhões nos recursos do auxílio. A peça orçamentária inicial reservava apenas R$ 600 milhões para o programa.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, que assina o documento, afirmou que as modificações “contemplam remanejamentos solicitados pelos órgãos interessados, em razão de repriorizações ou necessidades supervenientes”.

Pé-de-Meia

Os recursos para o Pé-de-Meia não foram incluídos no Orçamento até o momento, apesar da decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) neste sentido. No Orçamento de 2025, há R$ 1 bilhão reservado para o programa, mas o custo total pode chegar a cerca de R$ 12 bilhões.

A Corte de Contas deu 120 dias para o governo incluir os recursos do programa no Orçamento deste ano, o que pode jogar a solução para depois da votação.

Com o acordo fechado recentemente, a votação voltou à pauta, mas o governo ainda precisava fazer ajustes para viabilizar a execução dos programas.

Além da ampliação do Vale Gás, o ofício prevê um acréscimo de despesas previdenciárias da ordem de R$ 8 bilhões.

A previsão do relator era protocolar um novo parecer até domingo (16), mas o adiamento da votação deve atrasar a apresentação do texto.

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