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Governo Lula cobra 'medidas rápidas, firmes e exemplares' da Conmebol após racismo contra jogador do Palmeiras


Ministros André Fufuca (Esporte) e Anielle Franco (Igualdade Racial) enviaram documento à entidade que comanda o futebol Sul-Americano. Atleta desabafou após jogo no Paraguai. Atleta do Palmeiras sofre ofensa racista em partida da Libertadores Sub-20

O governo Lula, por meio dos ministérios do Esporte e da Igualdade Racial, cobrou que a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) investigue e tome "medidas rápidas, firmes e exemplares" contra o caso de racismo sofrido por um jogador de futebol das categorias de base do Palmeiras durante partida no Paraguai.

Na noite de quinta-feira (6), durante o jogo entre Palmeiras e Cerro Porteño, no Paraguai, um torcedor do time local imitou um macaco na direção de Luighi, de 18 anos. Outro torcedor cuspiu na direção do atleta. A partida era válida pela Copa Libertadores da América sub-20.

Lula cobra punição após ato racista contra jogador do Palmeiras no Paraguai

Autoridades e clubes adversários defendem jogador do Palmeiras vítima de racismo e criticam a Conmebol

Os ministros André Fufuca (Esporte) e Anielle Franco (Igualdade Racial) enviaram um documento à Conmebol na noite desta sexta-feira (7) e cobraram que a entidade Sul-Americana de futebol investigue o caso.

"Reforçamos a necessidade de que a Conmebol adote medidas rápidas, firmes e exemplares no combate ao racismo no esporte, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária", cobram os ministros de Lula em trecho do documento.

Tanto Fufuca quanto Anielle Franco se posicionaram em notas de repúdio divulgadas pelos ministérios e em suas redes sociais e, agora, cobram diretamente a entidade esportiva responsável pelo torneio de futebol.

"Racismo é crime e não será tolerado em hipótese alguma. É essencial que a Conmebol demonstre seu compromisso com a igualdade e o respeito, garantindo que eventos como este sejam tratados com a seriedade que merecem", disse o ministro Fufuca, ao g1.

Trecho do documento enviado pelos ministros à Conmebol

Reprodução

No documento, os ministros solicitaram à Conmebol informações sobras as providências adotadas após o ataque racista e se colocaram à disposição da entidade para "contribuir com as medidas necessárias e acompanhar o desdobramento do caso

Ataque racista e comoção

Luighi e outros atletas do Palmeiras foram alvo de ataques racistas durante a partida no Paraguai. Um torcedor com uma criança no colo imitou um macaco na direção dos atletas. Em seguida, o atacante foi alvo de uma cusparada e jogador chegou a sinalizar a agressão ao árbitro.

Sem a reação da autoridade em campo em coibir a violência racial, o atleta de 18 anos saiu de campo e chorou ao chegar no banco de reservas. Após a partida, Luighi desabafou:

"Não, não. É sério isso? Vocês não vão me perguntar sobre o ato de racismo que ocorreu hoje comigo? É sério? Até quando vamos passar por isso? Me fala, até quando? O que fizeram comigo é crime, não vai perguntar sobre isso?", respondeu na beira do gramado ao repórter, que o havia questionado sobre o resultado de 3 a 0 para os brasileiros.

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, afirmou nesta sexta que vai pedir a exclusão do Cerro Porteño da competição em razão do episódio. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) cobrou a mesma punição.

Jogador Luighi, do sub-20 do Palmeiras, sofre ao ser vítima de racismo em partida no Paraguai.

Reprodução/Sportv

Desde o episódio de racismo sofrido pelo atleta, clubes adversários do Palmeiras, como Corinthians e São Paulo, entraram na corrente de solidariedade a favor do atacante e foram seguidos por personalidades de fora do futebol.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou em apoio a Luighi e defendeu punição exemplar aos agressores.

“Todo apoio ao nosso jovem Luighi, do Palmeiras, vítima de ato racista no Paraguai. O futebol significa trabalho coletivo, superação e respeito. Racismo significa o fracasso da humanidade. Basta de ódio disfarçado de rivalidade. O mundo não pode mais tolerar esse tipo de violência que fere a dignidade e a esperança da nossa juventude”, escreveu Lula.

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