1ª turma do STF vai julgar se aceita ou não a denúncia da PGR. Se for aceita, ex-presidente deixará de ser indiciado e se tornará réu. Moraes pede que Zanin marque análise da denúncia da PGR sobre tentativa de golpe
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, liberou para análise da 1ª Turma a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro (PL) e aliados do ex-presidente pela tentativa de golpe de estado.
O ministro determinou que Cristiano Zanin, presidente da 1ª Turma, marque uma data para o julgamento da denúncia, em que os ministro analisarão se aceitam ou não as acusações. Se a denúncia for aceita, Bolsonaro e os outros denunciados deixarão de ser indiciados e passarão a ser réus.
Irão analisar esta denúncia: Cristiano Zanin (presidente da turma), Carmen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino.
➡️ Nesta etapa, os ministros decidem se a denúncia é sólida o suficiente para que o processo penal seja aberto. Ainda não é um julgamento da culpa ou inocência dos acusados, apenas uma análise prévia sobre os requisitos legais.
Foto, Ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesta quarta (12) o ex-presidente Jair Bolsonaro almoça com Valdemar da Costa Neto após autorização do Ministro do STF Alexandre de Moraes que liberou o encontro dos dois. Foto:
Ton Molina/Estadão Conteúdo
Moraes liberou a denúncia para análise logo após a PGR reafirmar nesta quinta-feira ao STF que Bolsonaro e outros militares e aliados próximos devem virar réus por suposto envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.
A PGR entendeu que os argumentos das defesas não são suficientes para derrubar a denúncia, e que as investigações reúnem elementos suficientes para tornar réus os denunciados por envolvimento na trama golpista.
A denúncia da PGR se refere ao chamado núcleo "crucial" do golpe que inclui:
Jair Bolsonaro, ex-presidente;
Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin;
Almir Garnier Santos; ex-comandante da Marinha do Brasil;
Anderson Torres; ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
General Augusto Heleno; ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência;
Mauro Cid; ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
A PGR considerou que as investigações reuniram provas suficientes e detalhadas contra cada acusado. Na denúncia, destacou especialmente o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que forneceu informações consideradas relevantes e válidas.