G1

Motta diz 'não acreditar' em crise com o STF com indicação de Eduardo Bolsonaro em Comissão de Relações Exteriores


Presidente da Câmara diz que escolha é 'praxe regimental' e tem tido reuniões bilaterais com partidos para resolver questão; PT e PL divergem sobre comando de filho do ex-presidente no colegiado O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta terça-feira (11) "não acreditar" que a eventual indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para presidir a Comissão de Relações Exteriores poderá causar uma crise institucional com o Supremo Tribunal Federal (STF).

"Eu não acredito que seja uma crise, até porque essa distribuição pelos partidos, das comissões, é uma coisa que já é conhecida por todos, é uma praxe regimental não há muito o que o presidente [da Câmara] fazer, o que outros partidos fazerem. Por que? Porque isso se dá pelo tamanho de cada bancada, não tem nenhuma novidade nisso", disse Motta a jornalistas ao chegar em um jantar na casa da nova ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em solenidade de abertura do ano legislativo.

Mario Agra/Câmara dos Deputados

Mais cedo, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), disse que, caso Eduardo assuma a presidência do colegiado, isso poderia gerar uma crise institucional com a Corte.

Na avaliação da bancada petista, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro tem feito viagens aos Estados Unidos para, junto a autoridades norte-americanas, "conspirar contra a soberania nacional".

"Isso acaba sendo uma provocação ao STF. Na minha avaliação, só tem um jeito dele virar presidente da CREDN, se ele virar presidente sem passaporte, sem poder viajar e conspirar contra o poder judiciário, contra o [ministro do STF] Alexandre de Moraes e contra os interesses nacionais", disse o líder do PT.

PL indicar Eduardo Bolsonaro para comissão é 'crise anunciada', avaliam ministros do STF

Comissões na Câmara

Regimentalmente, partidos maiores têm direito de fazer as primeiras pedidas para assumir as presidências das comissões na Câmara. Como elegeu 99 deputados, o PL é o maior partido da Casa e, por isso, pode escolher as presidências das duas primeiras comissões e totalizar cinco colegiados.

O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse ao blog da Andreia Sadi que irá priorizar a escolha da Comissão de Relações Exteriores e que Eduardo Bolsonaro será escolhido para chefiar o colegiado.

O presidente da Câmara também disse que irá honrar um acordo feito em 2023 para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado mais importante da Casa.

À época, foi acertado que o comando da comissão em 2025 ficaria com o União Brasil, contudo, Sóstenes Cavalcante tem dito que pode pedir a comissão.

"Tem um acordo prévio onde o PL já exerceu a sua vez na presidência da CCJ, que foi o ano passado, com a deputada Caroline de Toni. O acordo tem que ser cumprido", disse.

Motta tem tido reuniões bilaterais com lideranças de partidos maiores e quer, até quinta-feira, fechar o quebra-cabeça das comissões em uma reunião de líderes. A ideia do presidente da Câmara é instalar os 30 colegiados na próxima semana.

Anunciantes

Baixe o nosso aplicativo

Tenha nossa rádio na palma de sua mão hoje mesmo.